10 é muita coisa.

Sofia de Luna
3 min readAug 9, 2021

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Quando a gente é pequeno aprende a contar até 10 e subitamente, é o número máximo que se pode chegar a qualquer coisa. 10 é muita coisa.
Existe até um simbolismo, o 1 representa algo de começo, gênese e o 0 algo de perfeito e infinito, como um círculo.
Não por isso, mas em uma daquelas ironias da vida que a gente da o nome de coincidência, o 10 se tornou sinônimo de craque no futebol.

Se popularizou com Pelé e depois disso é história. A camisa 10 é um clássico, veste o jogador referência, o mais completo. Suada por Pelé, Maradona, Riquelme, Zico, Rivellino, Rivaldo, Baggio, Ronaldinho, Messi. Não acompanhei Maradona, Riquelme, Zico, Rivellino, Rivaldo, Baggio e pouco vi de Ronaldinho, mas vi Messi. Já o vi como ponta direita, falso 9, meia esquerda, meia direita, meia central, ponta esquerda. Já o vi levantar Mundial, Copa do Rei, Supercopa da Espanha, Supercopa da UEFA, Champions League, La Liga e Copa América. Já o vi de azul e branco, mas sempre de azul grená. Por 10 anos, o que é muita coisa, durante metade da minha vida, contemplei o melhor jogador do mundo vestir a camisa de um clube que escolhi e me identifiquei. Vi Lionel Messi se camaleando das mais variadas formas, dos mais variados jeitos, loiro, com barba ruiva, magro, cabelo Maradona, mas nem em sonho com outras cores e outro número. Em seu nome discuti, sorri, chorei, fiz amigos e rivais. Esse nome me acompanhou por tantas fases, fui adolescente e agora adulta, mas o vejo com os mesmos olhos de uma criança. Talvez toda essa magia em campo me faça retornar ao tempo das doçuras. É que na infância tudo é simples e Messi faz parecer um gol de falta, driblar um, dois, três no mesmo lance, ser o artilheiro e ao mesmo tempo, o maior assistente do campeonato, a coisa mais simples do mundo. O maior dos números e principalmente, de tudo aquilo que não entra nas estatísticas. Dribla o primeiro, segundo, terceiro, cai o outro e deixa o goleiro sem mãe nem pai. Se complicar é só jogar no camisa 10 que ele tira um coelho da cartola. A cada lance, Leo, eu digo amém e nem sei ao que.

Quando a gente acompanha alguém, ele se torna familiar mesmo que nas câmeras. Me acostumei com o Messi junto a camisa do Barcelona e muito me custa saber que não o verei mais suando a camisa azul-grená. Leo, eu ficarei junto a esse clube que tu também me ensinou a amar, mas meus olhos te seguirão por onde fores.

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Sofia de Luna

Cabelo preto, bilionária, atriz consolidada, modelo e trazendo orgulho para família desde criança. Essa é a Megan Fox, eu sou a Sofia.