Futebol inglês: “Big Picture” é foro privilegiado.

Sofia de Luna
3 min readOct 14, 2020

--

Nos anos 90, dentre os times da terra da rainha, quatro grandes: Chelsea, Arsenal, Liverpool e Manchester United. No início dos anos 2000, Manchester City e Tottenham adentraram à nomenclatura como resposta aos investimentos e resultados em campo, não necessariamente revertidos em títulos como no último, formando o “Big Six”.

É um termo sem muitas questões práticas. Entretanto, nesse domingo, 11, o veículo de imprensa britânica, Daily Thelegraph, vazou um documento de uma possível modificação em estrutura do futebol inglês. Conta com a autoria do Fenway Sport e parceria da Família Glazer, donos norte-americanos que controlam o Liverpool e Manchester United, respectivamente. O documento, chamado de “revitalização” possui o apoio dos demais “6” e Rick Parry, presidente da EFL (Liga de Futebol Inglesa).

A proposta consiste na:

- Liga de futebol feminino independente da federação e da Premier League. Já escanteada, não teria apoio.

- Criação de um conselho com poder de decisão sobre mudanças na Premier League. O até então “Big 6” de Chelsea, Arsenal, Liverpool, Manchester United, Manchester City e Tottenham, contariam com Everton, West Ham e Southampton pelo critério de estarem a mais tempo na primeira divisão. Destes, basta dois terços para aprovação de qualquer projeto, na prática voltamos ao “Big Six”. Atualmente, devido as reformulações em vigor desde 1992, há um sistema de um voto por clube e é preciso contar com dois terços dos votos (14 de 20) para ir a frente qualquer projeto.

- Redução em número de clubes do principal campeonato para 18 (consta com 20), fazendo um “playoff” com o décimo sexto da primeira divisão e o terceiro, quarto e quinto colocado da segunda divisão (Championship).

- Abolição de copas nacionais (Community Shield e Carabao Cup). O que em um primeiro momento afrouxaria o calendário, sendo benéfico para o físico dos jogadores. Porém, como disse Pep Guardiola em uma coletiva, todo ano a UEFA cria uma nova competição. A longo prazo, seria uma forma de limitar os jogos na Inglaterra em detrimento de competições europeias.

- Distribuição de receitas em imediato e permanente. Logo a princípio, seriam distribuídos 250 milhões de libras (mais de 1,8 bilhão) da Premier League para as demais ligas profissionais da Inglaterra. Posteriormente, haveria uma manutenção de 25% da receita para as mesmas ligas. O que diante o cenário pandêmico, com times pequenos por um fio, pesa na balança.

O clube dos 6, em setembro, buscava fazer permanente as 5 substituições (medida fifa na retomada do futebol após a paralisação em razão a pandemia do novo corona vírus), que foi negada por 11 votos a 9. Os outros times alegaram que tendo mais substituições, os times grandes que já possuem maior rotatividade do elenco, teriam privilégio. Caso o então “Big Picture” tivesse em funcionamento, teria sido aprovada. Outro exemplo, o Newcastle United que está em busca de um comprador, pode não o ter caso não esteja de acordo com os interesses dos nove.

O foro privilegiado de times ingleses se aproveita do contexto vulnerável e tem como objetivo a, longo prazo, diminuir a competividade da liga mais poderosa do mundo. No sentido de maior concentração de renda entre os grandes e na diminuição do valor e estimo da liga. A proposta ainda será validada e pode passar por modificações.

--

--

Sofia de Luna

Cabelo preto, bilionária, atriz consolidada, modelo e trazendo orgulho para família desde criança. Essa é a Megan Fox, eu sou a Sofia.